quarta-feira, agosto 31

... a sua experiência nas JMJ - COLÓNIA



De Taizé partimos para Colónia.
De Taizé o meu espirito saiu mais fortalecido, a minha fé mais rica... agora sentia-me mais preparada para as JMJ.
No dia 15 de Agosto, celebramos a festa Nossa Senhora da Assunção na paróquia que nos acolheu(St.Pius). Fomos muito bem acolhidos. Afinal o povo alemão é acolhedor! No início um pouco fechados, mas nós abrimos-lhe o nosso coração e eles deixaram-se seduzir. Ficamos alojados numa escola, dormimos no chão...
Resumindo um pouco o que aconteceu ao longo dos vários dias em que estivemos em St. Pius:
de manhã íamos á Igreja para rezar; depois do pequeno almoço, tinhamos actividades e à noite reflectiamos sobre o dia (o que nos tinha marcado, as nossas emoções). Gostaria de salientar que antes de cada refeição faziamos orações muito bonitas em conjunto.
Eramos 69 pessoas, mais 2 motoristas. Conhecemo-nos a todos. Fomos um grupo, eu diria uma família, fomos igreja. O mais importante não foi estar na Alemanha. A fé não precisa de um lugar especifico para ser vivida. Foi a união, a fé, a simplicidade e o nosso espírito de interajuda que tornou aqueles momentos únicos.
Sofremos muito, mas sofremos juntos.
Um dia uma grande amiga, a Tânia, disse-me: "o caminho faz-se caminhando". Não podemos ficar parados à espera que alguém passe por nós e nos dê a mão, a ver a vida passar, temos que caminhar, optar. E na longa caminhada da nossa vida ajudar os outros e assim também seremos ajudados.
Cada dia é um dia, há que viver um dia de cada vez!
Para terminar queria dizer que nós fomos a Colonia não para passear, não por turismo, mas partimos porque O fomos adorar. O objectivo era voltar por outro caminho. Acho que cada um, à sua maneira, o conseguiu. Tivemos tempo para tudo: conviver, reflectir, meditar, orar e até para descobrir que o silêncio também pode ser muito importante não só para reflectir mas também para ouvirmos a Deus: "dirigi-vos a Cristo e não sereis desiludidos". João Paulo II

A Cláudia Freixinho conta...

No dia 13 chegámos a Taizé. Um pouco atrasados é verdade. Mas ainda tivemos direito a jantar.
Lá tudo é simples, humilde. Ali senti Deus nos rostos, nos sorrisos, na natureza, nas orações, na beleza dos cânticos - este tinham um poder enorme -, no silêncio, nos irmãos de Taizé e no querido irmão Roger.
Apesar do seu estado não ser o melhor, resplandecia Paz. A sua fé, a sua força espiritual capaz de mover montanhas de jovens fez com que ele estivesse sempre presente nas celebrações. Todo aquele espírito de pobreza, entrega, dedicação jamais esquecerei.
Para mim ele foi um santo e espero que a sua oba jamais seja esquecida. O desejo de lá voltar é enorme. Se possível, já para o ano.

terça-feira, agosto 30

JOVENS DE BRAGA com vontade de ir a SYDENY

Os jovens de Braga que participaram na XX Jornada Mundial da Juventude (JMJ), em Colónia, Alemanha, chegaram ontem à Cidade do Arcebispos visivelmente cansados, mas entusiasmados com a possibilidade de poderem marcar presença na JMJ que se realiza na Austrália, em 2008. «Se colocarmos todos os dias um Euro dentro de um mealheiro teremos o dinheiro para a viagem», brincou Luís Araújo, da paróquia bracarense de São Victor, acrescentando que «uma hipótese para diminuir as despesas da viagem pode passar pela inscrição individual como voluntário. Assim, teremos alimentação e estadia gratuitas…»
Os rapazes e raparigas que viajaram desde Rio Covo Santa Eugénia, Barcelos, também esperam que sejam organizados voos charter para que a viagem à Austrália fique mais económica. «Do Arciprestado de Barcelos foram 15 pessoas a Colónia. Por isso, as paróquias devem começar a preparar- se desde já», assinalaram.
Quanto ao encontro com o Papa, os jovens barcelenses referiram que «foi com alguma emoção que o recebemos, já que havia jovens de outras nacionalidades ao nosso lado a gritar por ele: “Be-ne-det-to”».
«Estávamos à espera de uma organização mais eficienteno que se refere ao alojamento e à alimentação, e quando chegamos ao sector que no estava destinado no Marienfeld (Campo de Maria), para participarmos na Vigília e na Eucaristia de encerramento, a área já estava ocupada», lamentaram os jovens minhotos, que enalteceram «o acolhimento das famílias alemãs: foram simpáticas, simplesmente excepcionais. Registe-se também que quando a alimentação faltou, a paróquia de Neuss custeou as refeições».
O coordenador do Departamento Arquidiocesano da Pastoral de Jovens (DAPJ) também se mostrou satisfeito com a peregrinação a Colónia. Apesar dos aspectos de carácter organizativo menos positivos referidos mais acima, Alberto Gonçalves destacou que «os jovens portugueses regressaram ao País mais felizes do que nas edições anteriores, porque conseguiram ultrapassar dificuldades inesperadas».
Aliás, os preconceitos em relação à organização e acolhimentos alemães caíram por terra. «A organização foi negativa, mas os alemães foram muito acolhedores e simpáticos. Afinal, estávamos enganados», analisou o responsável, que também explicou que foi dada total liberdade aos jovens para poderem participar ou não nas iniciativas previstas no programa.«Para já, a equipa organizadora bracarense irá avaliar as incidências da JMJ. Depois de uma partilha com D. Jorge Ortiga, Arcebispo de Braga, pensaremos em Sydney», concluiu o coordenador do DAPJ, “arrefecendo”, para já, os ânimos daqueles que sonham viajar até ao “país dos cangurus”.
Sem se deter nas habituais comparações entre João Paulo II e Bento XVI, Alberto Gonçalves apenas disse que «o Santo Padre soube acolher e cativar os jovens, e que estes gostaram». in http://www.agencia.ecclesia.pt/noticia.asp?noticiaid=22350

UMA LUFADA DE AR FRESCO

"Saúdo também com afecto a juventude aqui presente que fala em português. Espero, meus caros jovens, que vivais sempre como amigos de Jesus, para experimentar a verdadeira alegria de ser filhos de Deus e comunicá-la a todos, especialmente aos vossos semelhantes, especialmente os que se encontram em maiores dificuldades". Bento XVI, Colónia, 21 de Agosto.

COMENTÁRIOS
(...) Mas a Bento XVI posso já agradecer a alegria de ter conseguido que esta juventude não se sinta só. Por ter ajudado a recuperar o sentido de festa que é inerente à própria fé. Um milhão estava em Colónia. Muitos outros milhões ficaram por aí. A Igreja pode continuar a ser merecidamente criticada, mas é com inexplicável orgulho que a vemos não abdicar da liderança no combate pelas boas causas. Nas suas redes - como reconheceu o Papa em Colónia - há peixes bons e peixes maus. Cristo já avisara os do seu tempo, que nos seus campos e até ao fim dos tempos Deus deixaria crescer, a par e passo, o trigo e o joio. Há um novo fogo de esperança que abrasou a gélida e velha Europa. Talvez possamos todos aprender com este milhão de jovens que é possível salvar o mundo em que vivemos. (...) Graça Franco, Público, 22 de Agosto.
Sempre desconfiei destas enormes aglomerações de gente com um propósito comum. Cheira-me sempre a catárse colectiva. Mas a verdade é que fiquei estupefacto com o que vi. A festa-celebração de Colónia foi algo de magnífico e extraordinário, numa Europa onde apenas estamos habituados a ver este tipo de manifestação juvenil em festivais de música. O que os fez para ali convergir é, sem dúvida, uma enorme bofetada em todos os que ignoram o poder de Deus.E a melhor prova disso foi o silêncio, sepulcral, que a nossa comunidade bem-pensante, desde a blogosfera aos jornais, consagrou ao assunto. Portugal ainda tem muito que caminhar se quer exorcizar-se do seu complexo de esquerda. Até mesmo os opinion-makers ditos de direita. Dupont, in http://ovilacondense.blogspot.com/
A IGREJA E O MUNDO PODEM CONTAR COM OS JOVENS
As pessoas minimamente informadas, crentes ou não crentes, souberam das Jornadas Mundiais da Juventude que se realizaram na cidade de Colónia, na Alemanha, na semana passada. O encerramento aconteceu no domingo, com a participação de um milhão de jovens de 200 países. Católicos e de outras confissões cristãs, mas também de outras religiões, quiseram experimentar, no concreto, a universalidade da Igreja e a intemporalidade da Mensagem de Cristo, unindo-se para reflectir, rezar e escutar o novo Papa Bento XVI, num ambiente de saudável e contagiante alegria.
E quando muitos temiam que a falta do carismático João Paulo II poderia causar um rombo forte no entusiasmo dos jovens de todo o mundo, face ao tímido Bento XVI, eis que a juventude mostrou, à saciedade, que foi capaz de se aproximar do novo Papa, com a mesma alegria e com a mesma convicção com que acorria ao encontro do Papa velhinho, alquebrado pelos anos e pelas doenças, mas com um sorriso terno e amigo que cativava tudo e todos.
Afinal, os que têm pregado a morte de Deus nas novas sociedades, tão cheias de materialismo e despidas de espiritualidade, enganaram-se. Deus, realmente, continua no meio dos homens e mulheres de boa vontade do nosso tempo, decerto por formas diferentes das sentidas pelas gerações que nos precederam, mas continua. Promove generosidades, alimenta fraternidades, sugere o bem e o belo, indica caminhos de justiça e de verdade, conduz à paz e ao amor.
As muitas centenas de milhares de jovens disseram, no domingo, a quantos os quiseram ver e ouvir, no centro de uma Europa secularizada e à espera de uma recristianização que tarda, que a Igreja e o mundo podem e devem contar com eles.
Fernando Martins in http://pela-positiva.blogspot.com/
Lourenço um jovem que participou nas JMJ Colónia
A madrugada em Marienfeld anunciava um dia solarengo… mas à medida que o sol se erguia, as nuvens regressaram. Desta vez, a minha pouca fé já tinha aprendido uma lição com o dia de ontem: ao contrário do que previam os meteorologistas, a tempestade não se abateu sobre a Renânia. Comecei a acreditar nos que, com mais visão sobrenatural (ou uma boa dose de optimismo) afirmavam: não vai chover! E deixei de me preocupar com o tempo. Creio que isso nos ajudou a todos a seguir melhor as cerimónias. Até regressarmos aos alojamentos o céu suspendeu as águas, que tão abundantemente caíram, como viemos a saber mais tarde, no sul da Alemanha.
Aos poucos Marienfeld foi acordando. A noite não foi mal passada mas de madrugada, com algum ruído e com o frio a apertar, passou-se um pouco pior. Valeu-nos o café ou chá quente que os voluntários serviram…
As colunas de som decretaram o despertar geral ao som do hino das JMJ de 2000, em Roma: Emmanuel! Alguns aproveitaram esse tempo prévio à chegada do Papa para ir à tenda de adoração, enquanto outros tomavam o pequeno-almoço. Rezaram-se as laudes, com a profusão de cânticos a que nos habituámos desde a vigília de ontem. Independentemente da qualidade da música destas JMJ, há algo que me ocorre destacar: fazendo jus à tradição de música litúrgica alemã, nas celebrações destes dias o canto fez mais que servir de intermezzo entre as partes da liturgia: a música foi uma forma de oração.
Bento XVI voltou a Marienfeld pedindo desculpa por não poder estar mais perto de nós: os germânicos não previram que os latinos, obviamente, iriam ocupar os caminhos não vedados pelos quais o Papa deveria passar. Na homilia, após a um bela e densa introdução, falou com uma frontalidade que valeu os aplausos dos jovens ali reunidos:
[O fim-de-semana] permanece vazio se nele não está Deus. Queridos amigos: […] não vos deixeis dissuadir de participar na Eucaristia dominical e ajudai também os demais a descobri-la. Certamente, para que dela emane a alegria que necessitamos, devemos aprender a compreendê-la cada vez mais profundamente, devemos aprender a amá-la. Comprometendo-nos a isso, vale a pena! Descubramos a íntima riqueza da liturgia da Igreja e sua verdadeira grandeza: não somos os que fazem festa para nós, mas sim, ao contrário, o próprio Deus vivo que prepara uma festa para nós. Com o amor à Eucaristia redescobrireis também o sacramento da Reconciliação, no qual a bondade misericordiosa de Deus permite sempre iniciar de novo nossa vida.
Quem descobriu a Cristo deve levar a outros para Ele. Uma grande alegria não se pode guardar para si mesmo. É necessário transmiti-la.

Para assegurar a formação recta da consciência cristã, o Papa deixou conselhos bem práticos:
"O Papa João Paulo II nos deixou uma obra maravilhosa, na qual a fé secular se explica sinteticamente: o «Catecismo da Igreja Católica». Eu mesmo, recentemente, pude apresentar o «Compêndio» de tal Catecismo, que foi elaborado a pedido do falecido Papa. São dois livros fundamentais que queria recomendar a todos vós.
[…] Buscai a comunhão na fé como companheiros de caminhada que juntos vão seguindo o itinerário da grande peregrinação que primeiro nos assinalaram os Magos do Oriente. A espontaneidade das novas comunidades é importante, mas é desta forma importante conservar a comunhão com o Papa e com os Bispos. São eles os que garantem que não se estão buscando sendas particulares, mas que por sua vez se está vivendo naquela grande família de Deus que o Senhor fundou com os doze Apóstolos
".
Enquanto se despedia de nós, as imagens do Papa rodeado por 1.000.000 de jovens traziam-me à memória imagens semelhantes, com João Paulo II: tão diferentes, mas tão próximos!
Pouco tempo depois da partida do Papa, parecia que em Marienfeld se tinha travado uma batalha: o milhão de pessoas que aí tinha estado começara já o regresso e para trás ficavam os sacos de lixo, os plásticos com que se tinham protegido contra a humidade, sacos-cama, colchões de ar!!! Pensámos ficar mais tempo por ali, na esperança de que, se partíssemos mais tarde, o caos seria menor. Mas a tarde não estava agradável, e a actuação de Cliff Richard estava bem longe de nos cativar para permanecer mais tempo entre a relva húmida e a lama de Marienfeld. Após o almoço dos últimos farnéis juntámo-nos ao milhão de caminhantes que empreedera já o caminho de regresso.
Os cinco ou seis quilómetros a pé fizeram-se com alguma facilidade (apesar do cansaço) cantando à desgarrada… Depois foi o caos: tivemos a sorte de “conquistar” um autocarro para o nosso grupo que nos levaria até a uma estação de metro. Pouco depois foi o colapso dos transportes: alguns do nosso grupo chegaram aos alojamentos por volta das 11h00, mais de dez horas passadas sobre o final da celebração e vinte quilómetros percorridos a pé, entre Marinfeld e o centro de Colónia.
Quanto a mim, nunca uma paragem de metro me soube tão bem! E após dois dias de Marienfeld as salas de aula dos alojamentos fizeram esquecer qualquer hotel de cinco estrelas! Encaro até com algum humor a nossa nova situação: nos nossos novos alojamentos somos um terço dos peregrinos e temos metade dos chuveiros: ou seja, temos um chuveiro para cem pessoas!!! O que não é mau de todo: enquanto espero pela minha vez (faltam cerca de 45 minutos) vou terminando estas notas. Lourenço in http://catacumbas.blogspot.com/

segunda-feira, agosto 29

BALANÇO da visita de Bento XVI a Colónia


Nos seus doze discursos da primeira viagem apostólica internacional, Bento XVI marcou um estilo e definiu orientações, constata Jean Marie-Guénois, redactor do diário françês «La Croix». O jornalista refere que Bento XVI “não era esperado como um messias, mas como um Papa alemão que regressava ao seu país natal, assim como pela «geração João Paulo II»”. Consciente da importância do momento, “entregou-se, em certas ocasiões com alguma timidez, sempre com muita humanidade, prestando atenção a cada um”. Bento XVI leu os seus discursos “com cuidado e sem retórica” – realçou Guénois, considerado um dos maiores especialistas em jornalismo religioso em França.
Ao fazer a comparação entre João Paulo II e Bento XVI, o jornalista acentua que o Papa actual preferiu “converter-se em catequista para começar em certo sentido desde o zero e compartilhar o gosto de ser cristão. No lugar do «carisma dos gestos» de João Paulo II, que levantou multidões, Bento XVI possui um «carisma da palavra», de mestre”.
Ao nível das mensagens deixadas aos participantes nas JMJ, Guénois afirma: “a nível político, deixou dois sinais de alerta – o anti-semitismo e o terrorismo”. A nível pastoral destaca duas linhas fortes: “continuidade com o antecessor e com a linha do Vaticano II”.
Este é o balanço feito pelos jornais e pela tv. E tu que sonhas-te, participas-te, vives-te este momento QUAL É O TEU BALANÇO?

"Eu sei que vós como jovens aspirais a coisas grandes, que quereis comprometer-vos por um mundo melhor"

Queridos jovens
Perante a sagrada Hóstia, na qual Jesus se faz pão para nós, que interiormente sustenta e nutre a nossa vida (cf. Jo 6,35), começamos ontem à tarde o caminho interior da adoração. Na Eucaristia a adoração deve chegar a ser união. Com a Celebração eucarística encontramo-nos naquela “hora” de Jesus, da qual fala o Evangelho de João. Mediante a Eucaristia, esta sua “hora” converte-se na nossa hora, a sua presença no meio de nós. Juntamente com os discípulos Ele celebrou a ceia pascal de Israel, o memorial da acção libertadora de Deus que tinha conduzido Israel da escravidão para a liberdade. Jesus segue os ritos de Israel. Pronuncia sobre o pão a oração de louvor e bênção. Sem dúvida, sucede algo de novo. Ele dá graças a Deus não apenas pelas grandes obras do passado; Ele dá graças pela própria exaltação que se realizará mediante a Cruz e a Ressurreição, dirigindo-se aos discípulos com palavras que contêm o compêndio da Lei e dos Profetas: “Este é o meu Corpo entregue em sacrifício por vós. Este cálice é a Nova Aliança selada com o meu Sangue”. E assim distribui o pão e o cálice, e, ao mesmo tempo, deixa-lhes a tarefa de voltar a dizer e a fazer sempre em sua memória aquilo que estava dizendo e fazendo naquele momento.
Que está acontecendo? Como pode Jesus repartir o seu Corpo e seu Sangue? Fazendo do pão o seu Corpo e do vinho o seu Sangue, Ele antecipa a sua morte, aceita-a no mais íntimo e transforma-a numa acção de amor. Visto do exterior é violência brutal, mas visto do interior transforma-se num acto de um amor que se entrega totalmente. Esta é a transformação substancial que se realizou no cenáculo e que estava destinada a suscitar um processo de transformações cujo último fim é a transformação do mundo até que Deus seja tudo em todos (cf. 1 Cor 15,28). Desde sempre todos os homens esperam em seu coração, de algum modo, uma mudança, uma transformação do mundo. Este é, agora, o acto central de transformação capaz de renovar verdadeiramente o mundo: a violência transforma-se em amor e, portanto, a morte em vida. Uma vez que este acto converte a morte em amor, a morte como tal está já, desde o seu interior, superada; nela está já presente a ressurreição. A morte foi, por assim dizer, profundamente ferida, tanto que, de agora em diante, não pode ser a última palavra. Esta é, para usar uma imagem muito conhecida de todos nós, a fusão nuclear ocorrida no mais íntimo do ser, a vitória do amor sobre o ódio, a vitória do amor sobre a morte. Somente esta íntima explosão do bem que vence ao mal pode suscitar depois a cadeia de transformações que pouco a pouco mudará o mundo. Todas as demais mudanças são superficiais e não salvam. Por isto falamos de redenção: o que desde o mais íntimo era necessário sucedeu, e nós podemos entrar neste dinamismo. Jesus pode distribuir o seu Corpo, porque se entrega realmente a si mesmo.
Esta primeira transformação fundamental da violência em amor, da morte em vida traz consigo as outras transformações. Pão e vinho convertem-se no seu Corpo e Sangue. Chegados a este ponto a transformação não pode deter-se, antes, é aqui onde deve começar plenamente. O Corpo e Sangue de Cristo são-nos dados para que, por sua vez, nós sejamos transformados. Nós próprios devemos chegar a ser Corpo de Cristo, os seus consanguíneos. Todos comemos o único pão e isto significa que entre nós chegamos a ser uma só coisa. A adoração, dissemos, chega a ser, deste modo, união. Deus não somente está frente a nós, como o Totalmente outro. Está dentro de nós e nós estamos n’Ele. A sua dinâmica penetra-nos e a partir de nós quer propagar-se aos demais e estender-se a todo o mundo, para que o seu amor seja realmente a medida dominante do mundo. Eu encontro uma alusão muito bela a este novo passo que a Última Ceia nos indica com a diferente acepção da palavra «adoração» em grego e em latim. A palavra grega é proskynesis. Significa o gesto de submissão, o reconhecimento de Deus como nossa verdadeira medida, cuja norma aceitamos seguir. Significa que a liberdade não quer dizer gozar da vida, considerar-se absolutamente autónomo, mas orientar-se segundo a medida da verdade e do bem, para chegar a ser, desta maneira, nós próprios, verdadeiros e bons. Este gesto é necessário, mesmo quando a nossa ânsia de liberdade resiste, num primeiro momento, a esta perspectiva. Fazê-la completamente nossa será somente no segundo passo que nos apresenta a Última Ceia. A palavra latina adoração é ad-oratio, contacto boca a boca, beijo, abraço e, portanto, em resumo, amor. A submissão se faz união, porque aquele ao qual nos submetemos é Amor. Assim a submissão adquire sentido, porque não nos impõe coisas estranhas, mas liberta-nos a partir do mais íntimo do nosso ser.
Voltamos de novo à Última Ceia. A novidade que ali se verificou, estava na nova profundidade da antiga oração de bênção de Israel, que agora se fazia palavra de transformação e nos concedia a possibilidade de participar na hora de Cristo. Jesus não nos encarregou da tarefa de repetir a Ceia pascal que, por outro lado, enquanto comemoração, não é repetível a vontade. Deu-nos a tarefa de entrar na sua «hora». Entramos nela mediante a palavra do poder sagrado da consagração, uma transformação que se realiza mediante a oração de louvor, que nos situa em continuidade com Israel e com toda a história da salvação e, ao mesmo tempo, nos concede a novidade para a qual apontava aquela oração por sua íntima natureza. Esta oração, chamada pela Igreja «oração eucarística», torna presente a Eucaristia. É palavra de poder, que transforma os dons da terra de modo totalmente novo na doação do próprio Deus e que nos compromete neste processo de transformação. Por isso chamamos a este acontecimento Eucaristia, que é a tradução da palavra hebraica beracha, agradecimento, louvor, bênção e por isso mesmo transformação a partir do Senhor: presença na sua «hora». A hora de Jesus é a hora na qual vence o amor. Por outras palavras: é Deus quem vence, porque Ele é Amor. A hora de Jesus quer chegar a ser nossa hora e sê-lo-á, se nós, mediante a celebração da Eucaristia, nos deixamos arrastar por aquele processo de transformações que o Senhor pretende. A Eucaristia deve chegar a ser o centro da nossa vida. Não se trata de positivismo ou ânsia de poder, quando a Igreja nos diz que a Eucaristia é parte do domingo. Na manhã de Páscoa, primeiro as mulheres e logo os discípulos tiveram a graça de ver o Senhor. Desde então souberam que o primeiro dia da semana, o domingo, seria o dia d’Ele, de Cristo. O dia do início da criação seria o dia da renovação da criação. Criação e redenção caminham juntas. Por isto é tão importante o domingo. É bonito que hoje, em muitas culturas, o domingo seja um dia livre ou, juntamente com o sábado, constitua o denominado «fim-de-semana» livre. Mas este tempo livre permanece vazio se nele não está Deus.
Queridos amigos! Às vezes, em princípio, pode resultar incómodo ter que programar no domingo também a Missa. Mas se vos empenhais, constatareis mais tarde que é exactamente isto que dá sentido ao tempo livre. Não vos deixeis dissuadir de participar na Eucaristia dominical e ajudai também os outros a descobri-la. Certamente, para que dela emane a alegria que necessitamos, devemos aprender a compreendê-la cada vez mais profundamente, devemos aprender a amá-la. Comprometendo-nos a isso, vale a pena! Descubramos a íntima riqueza da liturgia da Igreja e sua verdadeira grandeza: não fazemos festa para nós próprios, mas é antes ao contrário, o próprio Deus vivo que prepara uma festa para nós. Com o amor à Eucaristia redescobrireis também o sacramento da Reconciliação, no qual a bondade misericordiosa de Deus permite sempre iniciar de novo nossa vida.
Quem descobriu a Cristo deve levar outros até Ele. Uma grande alegria não se pode guardar para si mesmo. É necessário transmiti-la. Em numerosas partes do mundo existe hoje um estranho esquecimento de Deus. Parece que tudo pode funcionar do mesmo modo sem Ele. Mas ao mesmo tempo existe também um sentimento de frustração, de insatisfação de tudo e de todos. Dá vontade de exclamar: não é possível que a vida seja assim! Verdadeiramente não. E deste modo, junto ao esquecimento de Deus existe como que um «boom» do religioso. Não quero desacreditar tudo o que se situa neste contexto. Pode acontecer também a alegria sincera da descoberta. Mas exagerando demasiado, a religião converte-se quase num produto de consumo. Escolhe-se aquilo que apraz e alguns sabem também tirar proveito. Mas a religião procurada à «medida de cada um», a granel não nos ajuda. É cómoda, mas no momento de crise abandona-nos à nossa sorte. Ajudai os homens a descobrir a verdadeira estrela que indica o caminho: Jesus Cristo! Tratemos nós mesmos de conhecê-lo sempre melhor para poder guiar também, de modo convincente, os outros para Ele. Por isso é tão importante o amor à Sagrada Escritura e, em consequência, conhecer a fé da Igreja que nos mostra o sentido da Escritura. É o Espírito Santo que guia a Igreja na sua fé crescente e a fez e faz penetrar cada vez mais nas profundidades da verdade (cf. Jo 16,13). O Papa João Paulo II deixou-nos uma obra maravilhosa, na qual a fé secular se explica sinteticamente: o «Catecismo da Igreja Católica». Eu próprio, recentemente, pude apresentar o «Compêndio» de tal Catecismo, que foi elaborado a pedido do falecido Papa. São dois livros fundamentais que queria recomendar a todos vós. Obviamente, os livros por si só não bastam. Construí comunidades baseadas na fé! Nas últimas décadas nasceram movimentos e comunidades nas quais a força do Evangelho se faz sentir com vivacidade. Procurai a comunhão na fé como companheiros de caminhada que juntos vão seguindo o itinerário da grande peregrinação que primeiro nos assinalaram os Magos do Oriente. A espontaneidade das novas comunidades é importante, mas também é importante conservar a comunhão com o Papa e com os Bispos. São eles que garantem que não se estão procurando caminhos particulares, mas que se está vivendo naquela grande família de Deus que o Senhor fundou com os doze Apóstolos.
Quero voltar, uma vez mais, à Eucaristia. «Uma vez que há um único pão, nós, embora muitos, somos um só corpo, porque todos participamos desse único pão» diz São Paulo (1 Cor. 10, 17). Com isto quer dizer: uma vez que recebemos o mesmo Senhor e Ele nos acolhe e nos atrai para si, sejamos também uma só coisa entre nós. Isto deve manifestar-se na vida. Deve mostrar-se na capacidade de perdão. Deve manifestar-se na sensibilidade para as necessidades dos outros. Deve manifestar-se na disponibilidade de partilhar. Deve manifestar-se no compromisso com o próximo, tanto com o próximo como com o extremamente distante, que, contudo, nos vê sempre de perto. Existem hoje formas de voluntariado, modelos de serviço mútuo, dos quais justamente a nossa sociedade tem necessidade urgente. Não devemos, por exemplo, abandonar os anciãos à sua solidão, não devemos passar longe dos que sofrem. Se pensamos e vivemos em virtude da comunhão com Cristo, então abrem-se-nos os olhos. Então não nos bastará continuar a viver preocupados somente connosco, mas veremos onde e como somos necessários. Vivendo e agindo assim, rapidamente daremos conta que é muito mais belo ser úteis e estar a disposição dos outros que preocupar-se apenas das comodidades que se nos oferecem. Eu sei que vós como jovens aspirais a coisas grandes, que quereis comprometer-vos por um mundo melhor. Demonstrai aos homens, demonstrai ao mundo, que espera exactamente este testemunho dos discípulos de Jesus e que, sobretudo mediante vosso amor, poderá descobrir a estrela que como crentes seguimos.
Caminhemos com Cristo e vivamos a nossa vida como verdadeiros adoradores de Deus! Amén.

Experimentamos a beleza de pertencer a uma família tão grande como o mundo (Vigilia)

Queridos jovens na nossa peregrinação com os misteriosos Magos do Oriente chegamos ao momento que S. Mateus descreve assim no seu Evangelho: «Entraram na casa (sobre a qual tinha parado a estrela), viram o menino com Maria, sua Mãe, e prostrando-se diante d’Ele, adoraram-no» (Mt 2, 11). O caminho exterior daqueles homens terminou. Chegaram à meta. Mas neste ponto começa um novo caminho para eles, uma peregrinação interior que muda toda a sua vida. Porque certamente tinham imaginado este Rei recém-nascido de modo diferente. Pararam precisamente em Jerusalém para obter do Rei local informação sobre o Rei prometido que tinha acabado de nascer. Sabiam que o mundo estava desordenado e, por isso, estavam inquietos. Estavam convencidos de que Deus existia e que era um Deus justo e bondoso. Talvez tivessem ouvido falar também das grandes profecias nas quais os profetas de Israel tinham anunciado um Rei que estaria em íntima harmonia com Deus e que, em seu nome e da sua parte, restabeleceria a ordem no mundo. Tinham-se posto a caminho para encontrar este Rei; no mais profundo do seu ser buscavam o direito, a justiça que devia vir de Deus e queriam servir esse Rei, prostrarem-se a seus pés e assim servir também eles à renovação do mundo. Eram dessas pessoas que «tem fome e sede de justiça» (Mt 5, 6). Uma fome e sede que os levou a empreenderem o caminho; fizeram-se peregrinos para alcançar a justiça que esperavam de Deus e para se porem ao seu serviço.
Ainda que outros tenham ficado em casa e os considerassem utópicos e sonhadores, na realidade, eram seres com os pés na terra e sabiam que para mudar o mundo falta dispor de poder. Por isso, não podiam procurar o menino da promessa senão no palácio do Rei. Agora, porém, prostram-se diante de uma criatura de gente pobre, e rapidamente se aperceberam que Herodes – o Rei com quem tinham falado – pretendia persegui-lo, de modo que à família não restava outra opção do que a fuga e o exílio. O novo Rei era muito diferente do que esperavam. Deviam, pois, aprender que Deus é diferente de como costumamos imaginá-lo. Aqui começou o seu caminho interior. Começou no mesmo momento em que se prostraram diante deste Menino e o reconheceram como o Rei prometido. Mas deviam ainda interiorizar estes gozosos gestos.
Deviam mudar a sua ideia sobre o poder, sobre Deus e sobre o homem e, com isso, mudar também eles próprios. Agora tinham visto: o poder de Deus é diferente do poder dos grandes do mundo. Seu modo de agir é diferente de como imaginamos e de como o quiséramos impor também a Ele. Neste mundo, Deus não faz concorrência às formas terrenas do poder. Não contrapõe os seus exércitos a outros exércitos. Quando Jesus estava no Horto das Oliveiras, Deus não lhe envia doze legiões de anjos para o ajudar (cf. Mt 26, 53). Ao poder estridente e pomposo deste mundo, Ele contrapõe o poder desarmado do amor, que na Cruz – e depois sempre na história – sucumbe e, contudo, constitui a nova realidade divina, que se opõe à injustiça e instaura o Reino de Deus. Deus é diferente; agora se apercebem disso. E isso significa que agora eles próprios têm que ser diferentes, têm que aprender o estilo de Deus. ~
Tinham vindo para se colocarem ao serviço deste Rei, para modelar a sua majestade sobre a de Deus. Este era o sentido de seu gesto de reverência, de sua adoração. Uma adoração que compreendia também os seus presentes – ouro, incenso e mirra –, dons que se faziam a um Rei considerado divino. A adoração tem um conteúdo e comporta também uma doação. As personagens que vinham do Oriente, com o gesto de adoração, queriam reconhecer este menino como seu Rei e pôr ao seu serviço o próprio poder e as próprias possibilidades, seguindo um caminho justo. Servindo--o e seguindo-o, queriam servir com Ele a causa da justiça e do bem no mundo. Nisto tinham razão. Mas agora aprendem que isto não se pode fazer simplesmente através de ordens lançadas do alto de um trono. Aprendem que devem entregar-se a si mesmos: um dom menor que este é pouco para este Rei. Aprendem que a sua vida deve acomodar-se a este modo divino de exercer o poder, a este modo de ser do próprio Deus. Hão-de converter-se em homens da verdade, do direito, da bondade, do perdão, da misericórdia. Já não perguntarão: para que me serve isto? Perguntarão antes: como posso servir para que Deus esteja presente no mundo? Têm que aprender a perderem-se a si mesmos e, precisamente assim, a encontrarem-se a si mesmos. Saindo de Jerusalém, permanecerão seguindo as pegadas do verdadeiro Rei, no seguimento de Jesus.
Queridos amigos, podemos nos perguntar o que tudo isto significa para nós. Pois o que acabamos de dizer sobre a natureza diferente de Deus, que há-de orientar as nossas vidas, soa bem, mas fica um pouco vago e confuso. Por isso, Deus deu-nos exemplos. Os Magos que vêm do Oriente são só os primeiros de uma longa lista de homens e mulheres que na sua vida buscaram constantemente com os olhos a estrela de Deus, que buscaram a Deus que está próximo de nós, seres humanos e que nos indica o caminho. É a multidão dos santos – conhecidos ou desconhecidos – mediante os quais o Senhor nos abriu ao longo da história o Evangelho, folheando as suas páginas; e continua a faze-lo ainda. Nas suas vidas revela-se a riqueza do Evangelho como num grande livro ilustrado. São a estrela luminosa que Deus tem deixado no percurso da história e continua a deixar ainda. Meu venerado predecessor, o Papa João Paulo II, beatificou e canonizou um grande número de pessoas, tanto de tempos recentes como distantes. Nestas figuras quis demonstrar-nos como se consegue ser cristãos; como se consegue levar uma vida do modo justo: a viver à maneira de Deus. Os beatos e os santos foram pessoas que não procuraram obstinadamente a própria felicidade, mas quiseram simplesmente entregar-se, porque foram alcançados pela luz de Cristo. Deste modo, eles indicam-nos o caminho para ser felizes e mostram-nos como se consegue ser pessoas verdadeiramente humanas. Nas vicissitudes da história, foram os verdadeiros reformadores que tantas vezes retiraram a humanidade dos vales obscuros nos quais está sempre em perigo de se precipitar; iluminaram-na sempre de novo, o suficiente para dar a possibilidade de aceitar – talvez na dor – a palavra de Deus ao concluir a obra da criação: «E era muito bom». Basta pensar em figuras como S. Bento, S. Francisco de Assis, S. Teresa de Ávila, S. Inácio de Loyola, S. Carlos Borromeu, os fundadores das ordens religiosas do século XVIII, que animaram e orientaram o movimento social ou os santos de nosso tempo: Maximiliano Kolbe, Edith Stein, Madre Teresa, Padre Pio. Contemplando estas figuras compreendemos o que significa «adorar» e o que quer dizer viver à medida do Menino de Belém, à medida de Jesus Cristo e do próprio Deus.
Os santos, dizíamos, são os verdadeiros reformadores. Agora queria exprimir de maneira ainda mais radical; só dos santos, só de Deus, provém a verdadeira revolução, a mudança decisiva do mundo. No século passado vivemos revoluções cujo programa comum foi não esperar nada de Deus, mas tomar totalmente nas próprias mãos a causa do mundo para transformar as suas condições. E vimos que, deste modo, um ponto de vista humano e parcial tornou-se o critério absoluto de orientação. A absolutização do que não é absoluto, mas relativo, chama-se totalitarismo. Não liberta ao homem, mas priva-o da sua dignidade e escraviza-o. Não são as ideologias que salvam o mundo, mas somente dirigir o olhar ao Deus vivo, que é nosso criador, a garantia da nossa liberdade, a garantia do que é realmente bom e autêntico. A verdadeira revolução consiste unicamente em olhar para Deus, que é a medida do que é justo e, ao mesmo tempo, é o amor eterno. E, o que pode nos salvar senão o amor?
Queridos amigos, permiti-me que acrescente só duas breves ideias. Muitos falam de Deus; no nome de Deus prega-se também o ódio e pratica-se a violência. Portanto, é importante descobrir o verdadeiro rosto de Deus. Os Magos do Oriente encontraram-no quando se prostraram diante do menino de Belém. «Quem me viu, viu ao Pai», disse Jesus a Filipe (Jo 14,9). Em Jesus Cristo, que por nós permitiu que o seu coração fosse trespassado, se manifestou o verdadeiro rosto de Deus. Segui-lo-emos junto com a multidão dos que nos precederam. Então iremos pelo caminho certo.
Isto significa que não construímos um Deus particular, um Jesus particular, mas que cremos e nos prostramos diante do Jesus que nos mostram as Sagradas Escrituras e que na grande comunidade de fiéis chamada Igreja se manifesta vivo, sempre connosco e ao mesmo tempo sempre diante de nós. Pode-se criticar muito a Igreja. Sabemos, e o próprio Senhor nos disse: é uma rede com peixes bons e maus, um campo com trigo e joio. O Papa João Paulo II, que nos mostrou o verdadeiro rosto da Igreja nos numerosos santos que proclamou, também pediu perdão pelo mal causado no decorrer da história pelas palavras ou os actos de homens da Igreja. Deste modo, também a nós nos fez ver a nossa verdadeira imagem, e nos exortou a entrar, com todos nossos defeitos e debilidades, na multidão dos santos que se começou a formar com os Magos do Oriente. No fundo, consola que exista o joio na Igreja. Assim, não obstante todos nossos defeitos, podemos esperar estar ainda entre os que seguem a Jesus, que chamou precisamente aos pecadores. A Igreja é como uma família humana, mas é também, ao mesmo tempo, a grande família de Deus, mediante a qual Ele estabeleceu um espaço de comunhão e unidade em todos os continentes, culturas e nações. Por isso, nos alegramos por pertencer a esta grande família; de ter irmãos e amigos em todo o mundo. Exactamente aqui, em Colónia, experimentamos a beleza de pertencer a uma família tão grande como o mundo, que compreende o céu e a terra, o passado, o presente e o futuro de todas as partes da terra. Nesta grande comitiva de peregrinos, caminhamos juntos com Cristo, caminhamos com a estrela que ilumina a história.
«Entraram na casa, viram o menino com Maria, sua Mãe, e prostrando-se diante d’Ele, adoraram-no» (Mt 2, 11). Queridos amigos, esta não é uma história distante, de tempos passados. É uma presença. Aqui, na Hóstia consagrada. Ele está diante de nós e entre nós. Como então, oculta-se misteriosamente num santo silêncio e, como então, desvela precisamente assim o verdadeiro rosto de Deus. Por nós se fez grão de trigo que cai na terra e morre e dá fruto até o final do mundo (cf. Jo 12, 24). Ele está presente, como então em Belém. E nos convida a essa peregrinação interior que se chama adoração. Ponhamo-nos agora a caminho para esta peregrinação do espírito e peçamos-Lhe que nos guie. Amén.

Os jovens são uma provocação saudável

Bento XVI pediu aos bispos da Alemanha para se deixarem provocar pelos jovens para que as Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ) - encerradas este domingo - possam ter um impacto duradouro nesse país. Ao encontrar-se com os prelados na sala magna do seminário de Colónia, o Papa traçou as luzes e sombras da Igreja católica do seu país e convidou-os a “encontrar novas vias para chegar aos jovens e para anunciar-lhes a Cristo”. Os jovens são para nós uma provocação saudável porque nos pedem que sejamos coerentes, unidos, intrépidos” - assegurou o pontífice aos bispos compatriotas. Em particular, explicou pouco antes de deixar a sua terra natal que as edições anteriores destas Jornadas, como dizia João Paulo II, foram um “laboratório” vocacional, “porque nestes dias o Senhor não deixará de fazer ouvir com força seu chamado ao coração de tantos jovens”.

domingo, agosto 28

Mensagem do Papa aos Jovens

"Os jovens são o futuro da humanidade e a esperança das nações”.

"Eu sei que vós como jovens aspirais a coisas grandes, que quereis comprometer-vos por um mundo melhor".

"Os jovens de todos os continentes e culturas fizeram visível uma Igreja jovem, que com imaginação e valentia quer esculpir o rosto de uma humanidade mais justa e solidária... Agora regressam aos seus povos e cidades para testemunhar a luz, a beleza e o vigor do Evangelho..."

O jovem sabe que “pode contar, não obstante sua própria fragilidade, com a força espiritual da oração”.

"Caros jovens, a felicidade que procurais, a felicidade que tendes direito a saborear tem um nome, um rosto: o de Jesus de Nazaré, escondido na Eucaristia. Só Ele dá plenitude de vida à humanidade".

OS JOVENS DA GUARDA também foram a Colónia

"Viemos adorá-l'O".
Conta-nos as tuas emoções.
Certamente foi uma jornada inesquecível, algo que todos devemos recordar.