A Congregação do Clero – o organismo da Santa Sé que tem a seu cuidado os sacerdotes e os diáconos de todo o mundo – alerta para a necessidade e urgência de que em toda a Igreja se reze pela santificação dos sacerdotes. Na verdade, da santidade dos sacerdotes e da sua fidelidade a Cristo dependem a renovação da própria Igreja e o crescimento do Reino de Deus no mundo dos homens.
O sacerdote não é (e os cristãos devem estar conscientes disso) um mero funcionário ou empregado da religião.
A sua missão não se limita ao ensino de um conjunto de verdades ou doutrinas religiosas e à realização de alguns actos de culto ou celebrações litúrgicas.
O sacerdote é, não pode deixar de o ser, um homem de Deus. Um homem chamado por Deus para fazer chegar aos homens a sua verdade e o seu amor. Ele é o administrador dos mistérios de Deus.
Por isso mesmo, o sacerdote é – seria um absurdo que o não fosse, um homem de fé e de oração.
- Ele é - deve ser - um homem que acredita no que ensina e vive o que ensina.
- Ele é – é seu dever ser - um homem que se distingue pelo modo como vive no mundo:
- o modo como encara o poder e a riqueza,
- o modo como se relaciona com as pessoas e aborda as questões sociais;
- distingue-se pelas suas convicções e pelos seus ideais, pela sua coerência de vida e pela sua esperança.
Para ser tudo isto – e isto faz parte da sua missão – o sacerdote precisa de rezar muito e que muitos rezem por ele.
Na carta dirigida aos sacerdotes, a Congregação do Clero lembra-lhes “a prioridade da oração em relação à acção, porque dela depende a eficácia da acção”. Se o sacerdote não reza, se não fala com Deus, se não medita e não interioriza a sua palavra, como pode falar de Deus aos homens? Como poderá ser credível e eficaz a sua acção pastoral?
Apesar das inúmeras solicitações, o sacerdote, na hora de gerir o seu tempo e elaborar o seu programa, deve ter a lucidez e o discernimento para reservar e dedicar o tempo necessário à oração, evitando a tentação de cair num activismo cansativo e estéril.
O sacerdote prejudica mais os seus paroquianos deixando de rezar do que se omitir algumas acções pastorais. Só com uma vida espiritual intensa, o sacerdote pode ser missionário convicto e convincente do amor de Deus junto dos homens.
Depois, a mesma carta da Congregação do Clero fala da necessidade e da importância da oração, sobretudo a Adoração Eucarística, por parte dos fiéis, em favor dos sacerdotes, para que eles sirvam cada vez melhor Jesus e os irmãos.
De um modo geral, as pessoas são muito exigentes em relação aos sacerdotes:
- querem que estejam sempre disponíveis para as atender e que lhes façam o que eles querem e como lhes agrada ou convém.
- Além disso, são pouco compreensíveis no que se refere às suas limitações humanas. Por vezes, até às suas limitações no campo da saúde.
- Mais ainda, são particularmente impiedosas nos juízos de valor que fazem sobre eles, sobre os seus comportamentos e acção pastoral.
Mas quem tem consciência da verdadeira missão do sacerdote? Quem sente a comunidade cristã paroquial como sua família e o sacerdote como membro/pai desta família? Quem chama com verdade padre (pai) ao seu pároco? Quem se preocupa em dar-lhe apoio humano e espiritual? Quem pensa e considera como seu dever rezar regularmente pelos sacerdotes, de modo especial pelo seu Pastor?
Se não fazemos a nossa parte, não podemos esperar, muito menos exigir, melhores padres.
A renovação da Igreja, a renovação que é urgente empreender há-de começar pela renovação dos sacerdotes. E a renovação dos sacerdotes passa precisamente pela sua santificação!
Há que rezar, com confiança e com perseverança, pelos sacerdotes para que o sejam segundo o coração de Deus, seguindo o modelo de Cristo, Bom Pastor.